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Retrospectiva 2008, planos pra 2009

Como em 2006 e 2007, é hora de fazer um balanço do ano que passou e pensar no ano que está começando (clichê? imagina!).

O começo de 2008 foi intenso: a virada do ano foi no topo da Table Mountain na África do Sul (droga, o relato ainda está nos rascunhos do blog), na melhor viagem que já fiz até hoje e, de volta ao Brasil, veio a reviravolta com a troca de emprego e de cidade, com uma visita a Foz do Iguaçu antes da mudança final.

Em Recife as coisas começaram um pouco devagar mas estão indo bem. Como esperado, a parte mais difícil é a adaptação à vida na nova cidade – enquanto que a mais fácil é morar perto das melhores praias do Brasil :P. Ainda não posso dizer que estamos totalmente adaptados, mas estamos quase lá. 2009 está aí pra isso.

Já o trabalho é tudo o que eu queria e mais um pouco: estou feliz por estar diretamente envolvido em projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologias novas e desafiadoras e num excelente ambiente de trabalho.

Como 2008 tomou um rumo inesperado, os itens do ToDo-list ficaram quase todos em aberto:

  • Me envolver mais com projetos de pesquisa e desenvolvimento: OK, novo emprego;
  • Sair do sedentarismo: FAIL;
  • Visitar pelo menos um país que eu ainda não conheça: OK, EUA, em novembro;
  • Documentar a viagem à Angola e África do Sul: FAIL, 5 posts publicados e 11 rascunhos pendentes;
  • Retomar os estudos, de preferência um mestrado: FAIL, comecei na UFPR em Curitiba mas com a mudança eu deixei pra trás;
  • Adquirir um sub-notebook (como o ASUS EeePC): FAIL (ou não: hoje tenho um n800 e um Notebook, então eu deixei a compra pra 2009).

E agora os ítens pra 2009, em ordem arbitrária (espero ter menos FAILs no final do ano):

  • Terminar os relatos da viagem à África do Sul – até abril;
  • Fazer uma viagem pelo interior de Pernambuco;
  • Ir a pelo menos uma partida oficial de futebol;
  • Visitar um país que eu ainda não conheça;
  • Levar a Viviane pra conhecer neve de verdade;
  • Comprar um notebook de pequeno porte (como o EeePC 900).

Um ótimo 2009 a todos. :-)

Viagem à Africa do Sul: Dirigindo, tudo ao contrário

Confira o post inicial: Viagem à Àfrica do Sul com o índice de todos os relatos da viagem realizada em dez/2007-jan/2008.

Depois de nosso safari no Kruger Park, era hora de encarar a estrada por conta própria. No dia 20 de Dezembro alugamos um carro em Joanesburgo e partimos em direção à Cape Town (Cidade do Cabo), onde ele seria devolvido 13 dias depois. Estavamos preparados pra encarar uma viagem com um roteiro minimamente definido, passando por pequenas vilas do interior, ficando em pousadas/albergues (backpackers, como eles chamam por lá) e experimentando um pouco de tudo. Levavamos conosco, entre outras coisas, barraca, GPS (alugado junto como carro), caixa térmica e sacos de dormir.

Estrada do interior

Paisagem do interior, entre Joanesburgo e Durban

O mais interessante e razão principal pra esse post em particular, é o fato de na África do Sul utilizarem as regras de tráfego da mão esquerda (também conhecido como “mão inglesa“). É tudo ao contrário e gasta-se algum tempo pra se adaptar: no início é preciso estar muito atento pra fazer as curvas e trafegar em ruas de mão dupla, ligar a seta (acionei 18 vezes o limpador de para-brisas por acidente) e principalmente, repensar as noções de espaço e distância estando do lado contrário do carro.

Dentro do carro - tudo ao contrário

Dentro do carro - tudo ao contrário

Algo que nos chamou a atenção é a educação no trânsito: todos respeitam a faixa de pedestres, há limites razoáveis de velocidade e, pra nossa surpresa, eles realmente param nas placas de “stop” (pra eles isso é tão obrigatório/comum quanto ligar a seta ao fazer-se uma curva). O sistema todo funciona muito bem, pois os policiais não são corruptos, as multas são leves, os motoristas educados, há bastante fiscalização e as estradas e sinalização muito boas. Pena que nesse ponto é no Brasil que é tudo ao contrário.

Falando em multa, recebemos uma por trafegar a 79km/h em uma região metropolitana, onde a velocidade máxima era de 60km/h. Fomos pegos numa blitz da polícia e acompanhamos o policial até a delegacia, onde pagamos o equivalente a R$ 40,00 (na hora, “no caixa”, sem burocracia) e ouvimos um “drive safely, take it easy man”. :-)

Algumas outras curiosidades e dicas:

  • O limite de velocidade máxima nas high-ways é de 120km/h;
  • A polícia não é corrupta e as multas, no geral, leves;
  • Os pedágios são baratos e frequentes nas high-ways, mas por lei toda estrada pedagiada deve ser acompanhada de uma alternativa asfaltada e de mão dupla;
  • Eles ainda vendem gasolina com e sem chumbo;
  • Brasileiros precisam ter carteira de motorista internacional;
  • Os GPS da Tom-Tom são excelentes e funcionam muito bem por lá;
  • Ficamos muito satisfeitos com o serviço da Tempest Sixt (aluguel do carro);
  • O preço do aluguel de carros é parecido com os preços no Brasil: pagamos algo próximo de R$ 110,00/dia (Rd 320,00) por um Toyota Corolla 1.6 automático, km livre e devolução longe da origem;
  • Vale a pena encarar algumas estradas alternativas, que cortem o interior. Embora mais lentas, o visual e a diversidade compensam.

No total foram 3.473km rodados entre Johanesburgo e Cape Town. No mapa abaixo, os principais pontos de parada:

Nosso próximo destino: Durban, a cidade mais indiana fora da Índia.

Viagem à Africa do Sul: Safari no Kruger National Park

Confira o post inicial: Viagem à África do Sul com o índice de todos os relatos da viagem realizada em dez/2007-jan/2008.

Galeria de fotos: Está disponível um álbum completo das Fotos do Safari no Kruger Park.

O Kruger National Park é o maior parque nacional da África do Sul. Ele fica a cerca de 450km de Johanesburgo e tem 19.000km quadrados de área, se extendendo por 350km de norte a sul e 60km de leste a oeste. Como todos os parques nacionais da África do Sul, o Kruger conta com uma excelente infra-estrutura de apoio ao turista. Os 21 pequenos campos de descanso (isolados por grandes cercas elétricas) incluem banheiros com água aquecida – inclusive nas torneiras -, área de camping, chalés, mercearia/lojinha, restaurantes, cozinhas e lavanderias compartilhadas.

Fazendo uma reserva com bastante antecedência, é possível ir por conta própria e ficar nas áreas de camping ou nos chalés do próprio parque – usando o próprio carro pros safaris. Chegando em cima da hora e em alta temporada, acabamos optando por um pacote de uma empresa especializada. E não nos decepcionamos: nosso safari foi organizado pela empresa Siyabona Africa Travel, que prestou um excelente serviço.

Land Rover usado no Safari

Land Rover usado no Safari

É difícil descrever a experiência de um safari… O processo em si é muito simples: você entra em um carro (no caso, um Land Rover, aberto) e fica rodando por pequenas estradas na savana africana. A graça é procurar pelos animais em seu habitat natural e original, com mínima influência humana. É raro presenciar “cenas de National Geographic”, e dá um pouco de trabalho encontrar grandes animais, mas a experiência de finalmente ver “Os Cinco Grandes” (The Big Five: leões, rinocerontes, elefantes, leopardos e búfalos) ao vivo é única e inesquecível.

Leões à beira da estrada

Leões à beira da estrada

Além dos cinco principais animais, vimos também hienas, zebras, girafas, gnus, hipopótamos, javalis, babuínos, dezenas de espécies de antílopes, crocodilos e muitos outros (eu tinha uma lista completa, mas infelizmente na última mudança perdi a agenda com as anotações).

Hiena amamentando seu filhote

Hiena amamentando seu filhote

Algumas curiosidades:

  • O clima é frio! Sim, a savana é seca e gelada no inverno, e relativamente fria e chuvosa no verão;
  • Os leopardos são ariscos e geralmente se escondem dos carros. A maioria dos outros animais não se incomoda e continua sua rotina como se ninguém estivesse lá;
  • O rinoceronte branco (White Rhino) não tem nada de branco; :-)
  • O primeiro animal visto geralmente é um antílope e a reação imediata é pedir que o carro pare para fotografias. Mas comida de leão é o que não falta no parque, então depois de alguns minutos os “veadinhos” tornam-se parte da paisagem;
  • Há muitos esquilos e macacos nas áreas de camping. Os esquilos são divertidos e os macacos são travessos;
  • É extremamente proibido alimentar qualquer animal. Isso os incentiva a criar dependência do homem e pode torná-los agressivos, o que acaba causando seu sacrifício em prol do bem estar do parque;
Girafas e Zebras próximas a um lago

Girafas e Zebras próximas a um lago

Nossa rotina nos quatro dias era a seguinte:

  • Acordar muito cedo, antes do nascer do sol. 15min pra chá com bolachas na área do acampamento;
  • Primeiro safari do dia, das 05:00hs até as 09:00hs;
  • Café da manhã reforçadíssimo, cardápio variado e completo (omeletes, sanduiches, salsichas e outras carnes, cereais, iogurtes, bata frita ou assada, etc), apresentado pela chef de cozinha;
  • Horário livre e leve almoço (sanduiches e bebidas) por volta de 12:00hs;
  • Segundo safari do dia, das 14:00hs até as 18:00hs;
  • Jantar caprichado, à luz de velas na área do acampamento à beira da fogueira, incluindo refrigerantes, sucos e vinhos;
  • Safari noturno opcional, (participamos de um deles, é preciso fazer reservas com antecedência);
Jantar no acampamento

Jantar no acampamento

Confira o álbum completo com todas as fotos do safari.

Fotos e relatos atrasados…

Tenho andado um pouco desmotivado a escrever no blog no pouco tempo disponível e os rascunhos estão se acumulando. O ano está fechando e eu ainda não publiquei todos os relatos da viagem à África do Sul (são 14 rascunhos pendentes), nem da viagem à Foz do Iguaçu e muito menos da rápida ida à Miami.

Mas aproveitando o embalo de fim de ano e cumprindo com o objetivo primário desse blog, publiquei algumas das fotos pendentes deste ano:

Fotos de Foz do Iguaçu, Maio de 2008: Antes de nossa mudança de Curitiba pra Recife eu e a Viviane fomos até Foz do Iguaçu. Foram 4 dias de viagem com visitas aos seguintes lugares:

  • Usina Hidrelétrica de Itaipu
  • Parque Nacional do Iguassu – Argentina
  • Parque Nacional do Iguaçu – Brasil
  • Parque das Aves
  • Paraguay

Fotos de Miami, Novembro de 2008: Tive uma reunião de trabalho em Miami e aproveitei pra esticar a viagem por mais alguns dias pra conhecer melhor a região. Foi minha primeira visita aos EUA. As fotos são descompromissadas, praticamente todas no modo automático.

Fotos do Tiwa Eco Resort em Manaus, Novembro de 2008: Passei um final de semana em um hotel à beira do Rio Negro em Manaus (um evento do trabalho) e isso me rendeu algumas novas fotos.

Finalmente, na sequência estou publicando o próximo relato da viagem à África do Sul e as Fotos do Safari no Kruger National Park.

Viagem à Africa do Sul: Chegada e Impressões Gerais

Confira o post inicial: Viagem à África do Sul com o índice de todos os relatos da viagem realizada em dez/2007-jan/2008.

Bandeira África do Sul

No domingo, 16 de Dezembro de 2007, chegamos ao Aeroporto de Joanesburgo, África do Sul. Já havíamos passado por ali em conexão rumo à Angola, mas agora era hora de desembarcar e encarar a cidade e o país pra valer.

Nossa passagem de volta estava marcada para o dia 04 de Janeiro e por estarmos no pico da alta temporada, nossa agenda estava quase toda definida com reservas em pousadas, parques e passeios.

Assim que chegamos fomos recepicionados por nossa recém conhecida amiga e couchsurfer Antoinete. Extremamente receptiva e prestativa, ela foi até o aeroporto nos esperar. Fizemos um rápido tour pela cidade no caminho pra sua casa onde um quarto estava arrumado nos esperando.

Embora a maioria das pessoas associe África à pobreza e à vida selvagem (como vistos na TV), a África do Sul destaca-se pelo seu nível de desenvolvimento. O país conta com uma ótima infra-estrutura turística e uma organização que lembra alguns países da Europa. E mesmo após tantos anos sob o regime do Apartheid (que findou em 1990), há poucos sinais de preconceito ou discriminação. Como era de se esperar há várias regiões pobres com problemas de desigualdade social, mas presenciamos um convívio muito pacífico entre as diferentes etnias.

Aos longos dos próximos posts detalharemos mais aspectos do país, mas por enquanto é suficiente dizer que ficamos muito surpresos (positivamente) com tudo o que vimos.

Algumas curiosidades sobre o país:

  • O principal idioma é o Inglês, seguido do Afrikaans e outras 11 línguas oficiais;
  • As pessoas são muito simpáticas e receptivas, principalmente nas pequenas cidades, vilas e áreas populares. Quando nos identificávamos como brasileiros, isso ficava ainda mais expressivo;
  • Há uma grande diversidade cultural nas diferentes regiões do país. A maioria das vilas mantém algumas de suas tradições, vestimentas e línguas originais;
  • 80% da população são negros, 9% brancos e 11% mestiços/asiáticos (simplificadamente);
  • A variedade geográfica é muito grande: em uma área pouco menor que a do estado do Pará, o país tem lindas praias, serras montanhosas, desertos, áreas florestais e algumas regiões onde há neve no inverno;
  • Os africanos adoram cores… e gostam de pintar os telhados de suas casas de cores variadas.

Localização da África do Sul

Localização da África do Sul no continente Africano


Joanesburgo em particular é uma cidade mais industrial do que turística. Sendo a maior cidade da África do Sul e vizinha da capital Pretória, as principais atrações são históricas (residência original de Nelson Mandela, Soweto, prédios governamentais, etc). Infelizmente não conseguimos encaixar uma permanência mais longa em nossa agenda, então Joanesburgo ficou em nossa memória apenas como a porta de entrada e saída da África do Sul.

Já na segunda-feira dia 17 partimos para 4 dias de safari no Kruger National Park, mas isso é assunto para o próximo post…

Fotos de Luanda – Angola

Confira o post inicial: Viagem à Angola e África do Sul com o índice de todos os relatos da viagem.

Antes de publicar os relatos da viagem à África do Sul, resolvi publicar as fotos de Luanda – Angola. A maioria delas foi tirada de dentro do carro, sem muito tempo pra caprichar na composição ou exposição, mas deu pra registrar alguma coisa.

Eu já postei algo sobre fotografia em angola anteriormente, mas agora publiquei o álbum completo: Fotos de Luanda – Angola.

Adeus Curitiba (de novo)

Hora de continuar com a vida de nômade: faz pouco mais de um ano que voltamos de Manaus pra Curitiba e agora chegou a hora de partir pra uma outra. :-)

Depois de 7 bons anos trabalhando na Conectiva/Mandriva, resolvi experimentar novos desafios e deixei a empresa. Vim pra Recife, de mudança e tudo, pra trabalhar no INdT (Instituto Nokia de Tecnologia). Uma grande mudança mas que acredito ter tudo pra dar certo. A Viviane veio junto. Só ficou o nosso gato Dot pra trás, aguardando até que nos acertemos com um apartamento por aqui.

As últimas semanas em Curitiba foram bastante intensas: aproveitando alguns dias de folga e o feriado de 01/maio, fomos até São Paulo visitar minha cunhada e a prima da Viviane, depois fomos pra serra e passamos uma noite no Itapiroca, depois fomos até Umuarama (casa dos meus pais) e, finalmente, de lá pra Foz do Iguaçu fazer um pouco de turismo (Itaipu, Cataratas, Argentina, Paraguai, etc – fotos em breve).

Aqui em Recife as coisas estão indo bem: o trabalho é muito bom e por enquanto estamos em um hotel, começando a procurar pela nossa próxima moradia. Espero que dê tudo certo e que logo estejamos bem adaptados à nova vida.

Fica aqui meu abraço a todos os amigos que ficam em Curitiba e o convite pra que nos visitem em Recife. :-)

Últimos dias em Angola II: Ninguém…. Ninguém…

Confira o post inicial: Viagem à Angola e África do Sul com o índice de todos os relatos da viagem.

De todos os dias que passamos em Angola, um deles foi especial pois foi o dia em que conferimos de perto como é viver na periferia de Luanda. Foi uma grande experiência, que tentamos relatar abaixo (post escrito em conjunto com minha esposa Viviane).

Na quinta-feira 13 de dezembro de 2007, fomos visitar duas simpáticas madres da Pastoral da Criança (Missionárias de Santa Terezinha): a Irmã Socorro e a Irmã Graça, que trabalham no bairro Palanca. Nosso interesse era conhecer um pouco do trabalho delas, da realidade da periferia, visitar algumas creches e, quem sabe, ajudar de algum modo.

Chegar até a casa das madres não foi fácil. Palanca é um bairro muito pobre e com pouca infra-estrutura. Como estávamos no início do período de chuvas, algumas ruas estavam cheias de uma mistura de lama, lixo e esgoto (o terreno é argiloso e não há rede de escoamento de água). Mesmo estando com um carro 4×4, ficamos muito apreensivos ao encarar alguns trechos, pois não tínhamos certeza se conseguiríamos chegar do outro lado. Felizmente deu tudo certo (4×4 rulez) e chegamos sãos e salvos ao nosso destino.

As madres estavam nos aguardando. Foram muito atenciosas e já tinham um roteiro pronto pra nossa visita. Pegamos o carro e nos dirigimos até a sede da igreja, onde estacionamos e tendo a Irmã Socorro como nossa guia, caminhamos pelo bairro. Tivemos a oportunidade de conversar com vários moradores e conhecer um pouco do sofrimento do dia-a-dia, das tradições e da cultura Angolana. Ficamos particularmente chocados ao ver uma família vivendo em um terreno totalmente alagado com lama na altura do joelho e ao ouvir relatos de que em muitas casas (senão a maioria) quem é responsável pelo sustento é a mulher – os homens acabam tendo várias famílias. Embora as dificuldades fossem muitas, as pessoas com quem conversamos estavam sempre sorrindo e foram muito simpáticas conosco.

Típica mulher angolana, dedicada ao trabalho e chefe da família

Típica mulher angolana, dedicada ao trabalho e chefe da família

Ao chegarmos na creche as crianças estavam se preparando para uma festa de Natal e encerramento das atividades do ano. No início algumas delas estavam um pouco tímidas com nossa presença, mas em poucos minutos a Viviane já estava brincando, cantando e tirando fotos com todas. Foi muito bom interagir com as crianças e uma grande alegria pra Viviane que é professora aqui no Brasil e é fascinada pela África.

Viviane cantando com crianças em uma creche

Viviane cantando com crianças em uma creche

Andando pelas ruas encontramos uma pequena feira (comércio de rua é muito comum em Luanda). Não é fácil fotografar ambientes abertos em Angola, mas com a intervenção da madre, que explicou que éramos amigos (brasileiros, turistas, não jornalistas e nem sensacionalistas), conseguimos tirar algumas fotos (com direito a pose, veja abaixo).

Comércio de rua em Luanda

Comércio de rua em Luanda

Ao retornar pra sede da igreja, nos deparamos com uma cena incrível: um “mar” de mulheres com roupas típicas participando de uma cerimônia religiosa em um bosque. Elas cantavam com alegria e uma harmonia natural. Mesmo não compartilhando da mesma religião, nos aproximamos e fomos contagiados pela emoção e fé daquelas mulheres. É difícil achar palavras pra descrever a cena, mas é suficiente dizer que não conseguimos conter as lágrimas naqueles poucos instantes em que as acompanhamos.

Cerimônia religiosa em Luanda

Cerimônia religiosa em Luanda

Aliás, veja o vídeo abaixo e entenda o porquê do título desse post. :-)


Cerimônia Religiosa em Luanda – Angola (Ninguém… Ninguém…) from Ademar Reis on Vimeo.

Eram nossos últimos dias em Angola e ficamos muito felizes por ter um dia inesquecível, com experiências que ficarão pra sempre guardadas em nossa memória. Testemunhamos a triste realidade dessas pessoas, mas ao mesmo tempo vimos que elas não perdem sua esperança e fé de que as coisas vão melhorar.

Nossa passagem por Angola estava chegando ao final. Foi ótimo passar dias em tão boa companhia e esperamos que nossa estada tenha contribuído de algum modo pra ajudar esse povo que tanto merece uma vida melhor. No domingo fomos pro Aeroporto, era hora de ir de férias pra África do Sul…